Lei Audir Blanc – Quando a indiferença mata a esperança!

Marimar Aiala

Tive a alegria de morar em Porto Nacional, por dois anos, quando fui secretária municipal da comunicação. Convivi e conheci, tornei-me amiga da classe artística singular da Capital da Cultura, cujo talento e reconhecimento público são inquestionáveis.Era tanta alegria e esperança de que essa terra abençoada, que guarda a história de nossas raízes e que representa a cultura do povo tocantinense fosse reconhecida, apoiada, estimulada…

Mas, ao contrário, além de não ter publicado um só edital cultural (o último foi em 2013 e nunca foi pago), o Estado do Tocantins vai devolver, ao Governo Federal, mais de R$ 2 milhões, dos R$ 17 milhões, recebidos doProjeto de Lei Federal n° 1.075/2020, Lei Aldir Blanc, destinado a classe trabalhadora artística brasileira, em forma de editais, coroados de exigências e comprovações,na área cultural. E o que era alegria, virou uma tristeza! O que era uma esperança, virou uma grande decepção…

A indiferença, a incapacidade e a frieza do governo estadual reinaram na análise e no julgamento dos projetos, apresentados por renomados e consagrados artesãos, músicos, compositores, artistas plásticos de Porto Nacional. Na Capital da Cultura, ninguém entendeu o porquê da devolução do dinheiro e muito menos o porquê da desaprovação de quase todos os projetos apresentados pelos artistas da Capital da Cultura?

Antônio Luiz Ribeiro das Neves, TAURU, o mais criativo e renomado artista plástico e artesão de Porto Nacional e do Tocantins, criador e executor de umas mais belas artes representativas da fundação da Capital da Cultural, no portal de entrada da cidade, requisitado pelo IPHAN para restaurações e artes do acervo histórico-cultural. “Sou filho de artesãos e aos cinco anos de idade, iniciei-me nas artes plásticas, no artesanato, nas esculturas e pinturas, a minha vida de artista que muito me honra. Não sei quem julgou e reprovou o nosso trabalho, só sei que, de arte, essas pessoas não entendem” – lamenta Tauru, que também é presidente da Associação de Artesãos de Porto Nacional.

Márcio Bello dos Santos, MARCIO BELLO – Músico percursionista, criador dos Tambores do Tocantins, grupo reconhecido nacional e internacionalmente (Inglaterra, França, Itália, Noruega, Bolívia), consagrado há 22 anos, formou mais de 18 mil crianças e adolescentes nas artes percursionistas, envolvendo centenas de famílias carentes, teve os dois projetos apresentados não contemplados, ficando na suplência. “Sinto-me frustrado com a falta de entendimento, sensibilidade e de respeito para com nosso trabalho e história artística. Somos reconhecidos lá fora e aqui dentro nos tiram de cena” – conclui tristemente.

Raimundo Nonato Lopes da Silva – MESTRE NONA, cantor, compositor, percursionista, artista que abriu o Rally dos Sertões em 2019, cantando o Tocantins e suas raízes para mais de dois mil visitantes ilustres. Canta Porto e o Tocantins, tecendo uma poesia ímpar de amor à nossa história. Professor de precursão, tem nas veias, o dom da arte e assim é reconhecido em sua cidade…. “A música é minha vida, entreguei meu projeto e cumpri com todas as exigências, estava confiante… não entendo o que aconteceu, não fui aprovado” – conta Mestre Nona, com a tristeza na voz que só enalteceu nossa arte e história.

Com a palavra, os responsáveis por tamanha desilusão.

Marimar Aialaé jornalista profissional, publicitária, gestora pública e apaixonada pelo Tocantins!

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