Localizada a 197 quilômetros da capital Palmas e próximo a cidade de Natividade _ TO, encontra-se o município de Chapada da Natividade, reconhecido como comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares em 2006. Na zona rural também foi reconhecida outra comunidade, a São José.
Fundada na terceira década do século XVIII, sob a influência da extração do ouro descoberto em suas terras, Chapada da Natividade possui uma arquitetura com casarões que marcam o estilo daquela época. Foram os descendentes de escravos que impulsionaram a povoação da cidade no final do século XVIII,nas proximidades do Posto de contagem de Chapada da natividade.
Apesar da sua fundação remontar ao século XVIII, a sua emancipação política somente ocorreu em 1º de Janeiro de 1996. De acordo com o Censo do IBGE, ano 2010, a população era de 3.277 habitantes, a estimativa para 2018 é de 3.334.
Como patrimônio histórico, a cidade possui a igreja de pedra, também conhecida como “Igreja dos Pretos” e “Igreja de Nossa Senhora do Rosário”. Segundo narrativa dos moradores, a obra foi iniciada por escravos fugidos, que se esconderam no local, entretanto foram capturados pelos feitores antes de concluírem a construção do templo. A igreja chama a atenção por sua beleza e estrutura.
A religiosidade é marcante na cidade, principalmente a católica. Anualmente, no mês de julho, são realizados os festejos do Divino Espírito Santo e da padroeira da cidade, Nossa Senhora de Sant’Anna. Os moradores explicam que a junção dos festejos deve-se à dificuldade que a comunidade possuía em encontrar padres para celebrarem as missas no mês de maio, uma vez que a paróquia era em natividade e os festejos do Divino coincidiam. Por isso, resolveram realizar os dois festejos no mês de julho.
Os festejos são tradicionais com a realização do reinado e festas do Capitão do mastro, costumes trazidos pelos portugueses para o Brasil.
Também é tradicional na comunidade a produção de bolos artesanais: bolo de arroz na palha da bananeira, trovão, amor perfeito e licores. A dança súcia e o toque de tambores estão sendo resgatados por um trabalho da equipe do Colégio Estadual Fulgêncio Nunes, possuindo como maiores incentivadores a professora Roberta Tavares de Albuquerque Menezes e o senhor Patricinho, membro da comunidade e folião, com o apoio da equipe gestora e demais professores.
Em 2016 o colégio passou a participar de uma pesquisa de Doutorado, com a professora e pesquisadora Nelzir Martins Costa (UFT- Araguaína), a qual realiza um trabalho de leitura literária de obras temáticas afrobrasileiras, distribuídas pelo Programa Biblioteca na Escola, com o objetivo de incentivar e fomentar a discussão das questões étnico-raciais na escola e assim promover a valorização e o empoderamento da cultura e da identidade negra.
A comunidade conta com uma Associação denominada Visão de Águia, a qual dá o suporte e pensa as ações necessárias para a manutenção e valorização da identidade quilombola. A associação tem como presidente a professora Edinalda Alves de Araújo Santana que vem desenvolvendo, juntamente com a sua equipe, um trabalho de relevância na comunidade.
Informações: Nelzir Martins Costa
Veja o Documentário a baixo: